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Carrega Sporting Clube de Tomar



Há qualquer coisa de diferente quando vemos um clube da nossa terra a sair-se bem. Há um sentimento de orgulho e pertença que não temos quando puxamos por um dos "grandes". 
Não quero com isto dizer que não se possa ter uma grande paixão por um dos três grandes (sabemos bem que essa paixão existe), mas é "diferente".



Serve esta pequena introdução para encaminhar este texto para o momento histórico do Sporting Clube de Tomar a que ontem assisti. Este "clube da minha terra" garantiu pela primeira vez a presença na final da Taça de Portugal de Hóquei em Patins ao derrotar a AE Física por 3-1 nas meias-finais, numa Final Four disputada em Gondomar. O outro "jogo", que não chegou a existir, como a maioria deve saber, colocava frente-a-frente o FC Porto e o SL Benfica. O SL Benfica, como protesto em relação ao jogo polémico da última jornada do campeonato, que permitiu ao FC Porto arrecadar o título nos últimos instantes, decidiu faltar a esta Final 4.

Voltando ao que interessa, é de facto um orgulho muito grande quando vemos o clube da nossa terra a chegar tão longe numa competição. A final ainda está para disputar na altura em que escrevo estas linhas, mas considerando que será frente a um FC Porto bem descansadinho (pois não jogou ontem) e face à diferença de potencial, corria o risco de estar a fazer este texto após uma "natural" derrota ou estar tão contente por se ter passado de um momento histórico a um momento épico, que fugiria ao meu objectivo.

O Sporting Clube de Tomar é um clube pequeno, do interior do país, mas com grande história no hóquei em patins. As suas gentes já mereciam um momento assim e nunca é demais parabenizar todos aqueles que estão diariamente envolvidos no dia-a-dia do clube, desde a sua direcção até aos seus adeptos. Nos bravos guerreiros que estiveram dentro da quadra, há dois nomes que queria registar para memória futura, o capitão Ivo Silva, um "míudo" que vi crescer ao serviço do emblema tomarense e que dentro da quadra personifica perfeitamente o líder ideal. Com um ar calmo, mas de olhar determinado, é o melhor marcador da equipa na temporada e um "míudo da terra". A braçadeira assenta-lhe perfeitamente!! Depois Paulo Passos, um irreverente jogador que faz a cabeça dos defesas em água, quer pela qualidade técnica, quer por uma forma "pitbull" de levar a bola, arrastando os adversários à frente se for preciso.

Que emoção que ontem vivi em frente ao ecrã da TV, eu que nem acompanhei tanto a equipa como eles merecem, aqui estava, a saltar do sofá, a reclamar com a arbitragem, a pedir para que o jogo não virasse e o SC Tomar saísse vencedor.

Parabéns CAMPEÕES, obrigado por ajudarem a divulgar a "nossa terra".


PS: Se não bastasse terem conseguido chegar à final da Taça, os jogadores do SC Tomar "trocaram" os seus nomes da camisola pelo nome de locais afectados pelo grande incêndio de Pedrogão Grande e ainda doaram a sua receita do jogo para ajudar as vítimas. Se não fosse já suficiente fazerem história a nível desportivo, fizeram-no também a nível humano. Trocaram a possibilidade fazer o seu nome "sobressair" num momento deste para fazer "sobressair" o que era mais importante.
PORRA, TENHO TANTO ORGULHO NESTA MALTA!!!!