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A Lei de Rui Vitória ou como a Lei de Murphy não se aplica


Num dos programas desportivos (quase de certeza que n'A Bola TV, embora não me recorde a 100%) que analisavam o último clássico FC Porto vs Benfica, um dos comentadores fez uma interessante comparação entre a Lei de Murphy e a Lei de Rui Vitória.
A Lei de Murphy, a qual muitos de nós conhecemos ou pelo menos já ouvimos falar, diz resumidamente que num determinado evento o pior que pode acontecer é o que inevitavelmente acontecerá(torrada cair com a manteiga para baixo, fila do supermercado onde nos encontramos ser sempre a mais lenta, etc). Ora bem, segundo este comentador, existe o contrário, a Lei de Rui Vitória, onde basicamente tudo o que pode acontecer de positivo, mais tarde ou mais cedo acaba por acontecer. Subscrevo por inteiro e acho que este clássico foi mais um desses casos.
Desde que Rui Vitória chegou ao Benfica, que eu enquanto benfiquista já me fui habituando a ver o lado positivo das coisas de uma forma que até então me parecia quase impossível. Ai estamos enrascados? Mete-se aqui este puto das camadas jovens, o Renato Sanches, a ver no que dá (deu uma das pedras fundamentais na conquista do tri, uma transferência do caraças e o Golden Boy Award). Ai o Luisão tá lesionado? Tá aqui um tal de Lindelof, deixa cá ver no que isto dá...! Não temos defesas direitos disponíveis? Oh André Almeida, dá lá aqui uma perninha...! Já perceberam a ideia, certo?

Este clássico foi mais um destes casos. Senão vejamos, uma semana antes do clássico, perdemos Fejsa (só o jogador mais importante do meio-campo encarnado) e Grimaldo (que desde que começou a jogar deixou o campeão europeu Eliseu no banco a comer torradas), que se juntaram às ausências de Jonas, Rafa e Jardel.

Começa o jogo e ainda alguns adeptos tentavam entrar no estádio já o Ederson se vomitava todo e o Luisão pedia para sair lesionado.  "Ui, como isto está!!" foi o meu pensamento e penso que o pensamento de muitos outros adeptos. FC Porto na máxima força a apertar e o Benfica desorientado, sem ser capaz de estancar os caminhos para a baliza e a pouco incomodar Casillas. Passa o sufoco do primeiro tempo, arranca o segundo e pumba, golo do Porto!! Lá se estavam a esfumar os 5 pontos de avanço para os azuis-e-brancos.

Só Rui Vitória continuava impávido e sereno...a Lei de Rui Vitória não o ia deixar mal.
Minuto 92 no Dragão (o minuto que até pouco tempo assombrava os sonhos dos benfiquistas) e entra a Lei de Rui Vitória em acção. Herrera (habitual capitão portista) tenta chutar contra Eliseu (habitual pino benfiquista) na esperança de ganhar o pontapé de baliza ou o fora; falha (lá está a lei) e cede canto. Canto à maneira curta, bola para o jogador-adepto André Horta, cruzamento lá para a área, salta Lisandro (que só calçou pela lesão do Luisão), cabeceamento a bater no chão e fugir à frente das unhas de Iker Casillas, para o 1-1 que deixava o FC Porto aos mesmos 5 pontos de distância!!
Se isto não é ter sempre esperança no lado positivo das coisas, não sei o que seja!! Obrigado mister!!